quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A minha pele preta...

Preta é a cor da pele que oculta o coração
Que bate em meu peito de um jeito todo seu,
Preta como o asfalto onde roda o pneu...
Preta como a madeira reduzida a carvão...

Como a tinta da caneta que escrevo no papel
Os versos que faço e faço minhas assinaturas,
Como as penas do urubu que voa nas alturas
Decifrando os mistérios dos caminhos do céu.

Como a nuvem densa, imensa, quase sem fim,
Que desaba e sepulta nossos sonhos ilusórios,
Como o luto que veste as viúvas nos velórios,
Como a cor do café servido nos botequins.

Ah! Esta linda pele preta que Deus me deu
Em tonalidades que eu não sei descrevê-las,
É como a noite em que no céu não há estrelas,
Como o cerne do ébano, como a cor do breu...

É por esta pele preta, cheirando a melanina,
Que a sociedade hipocritamente me discrimina
Desde a minha gestação no materno ventre...

Sob a pele preta que vestem os irmãos meus,
Escondem-se seres humanos criados por Deus
Que querem apenas ser tratados como gente!
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Autoria: Agenor Martinho Correa

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"Autorização"

Sr. Nabby Clifford
Prezado Senhor,
Acusamos o recebimento da correspondência “Novo Brasil IV”, encaminhada a esta Fundação pelo Chefe de Gabinete do Ministério da Cultura no dia 17 de fevereiro de 2004. A Fundação Cultural Palmares-FCP vem empreendendo todos os esforços em prol da comunidade negra e da promoção da valorização do patrimônio cultural afro-brasileiro. Reconhecemos, portanto, a importância de sua iniciativa. Cumprimentamos Vossa Senhoria e desejamos êxito em todas as atividades empreendidas.
Atenciosamente,
Martha Rosa Queiroz - Chefe de Gabinete
Fundação Cultural Palmares
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Recebi este e-mail da Fundação Cultural Palmares em 1º de maio de 2005.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sr. Qualquer Coisa


Alguns atores servem apenas para "fazer teatro". Outro dia assisti uma entrevista com um famoso ator "global", que me deixou frustrado.
A repórter perguntou como ele gostaria de ser identificado: "Chamamos vocês de negros e agora dizem afrodescendentes. Como você quer eu eu te chame?"
Resposta do ator que não convém citar o nome: "Me chama de qualquer coisa mas me respeite!"
Se podem te chamar de "qualquer coisa", significa que você é "qualquer coisa". Logo, ninguém é obrigado a respeitar "qualquer coisa".

É o pensamento que nos torna humanos!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Mama Africa

Fui convidado para o 3º encontro do grupo Mama Africa (Associação de Estudantes Africanos de países da língua portuguesa), que aconteceu no dia 16 de maio de 2009, no consulado Angolano do Rio de Janeiro.
E quando expliquei sobre como é pejorativa a palavra "negro" em todo o mundo, e como ela atrasa o nosso povo, muitos concordaram. Quem discordou de mim foi uma mulher que se identificou como jornalista. Ela disse que é preciso tratar bem as pessoas e não importa a palavra utilizada para indentificá-las.
Que pena eu senti dela! Uma jornalista que acha que a palavra não tem importância.
João 1:1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus , e o Verbo era Deus.
Se liga,
Nabby

sábado, 8 de agosto de 2009

Dicionários

Estou preocupado em saber até quando os educadores brasileiros continuarão "escondendo" o verdadeiro significado da palavra "negro".

Da língua inglesa, The Scribner Bantam English Dictionary diz que a palavra "negro" é ofensiva.
Da língua francesa, Le Robert Micro Dictionary diz que a palavra "negro" é pejorativa.
Da língua portuguesa, o dicionário Aurélio diz que "negro" é maldito, ameaçador, triste, funesto, lúgubre, infeliz etc. E além de dizer que é negativo diz que é também uma "raça", o pior é que as pessoas acreditam nisso.
No Brasil quando se ganha dinheiro, a "nota é preta" e quando passa fome, a "fome é negra".
Sempre é assim, quando é bom é preto e ruim é negro.

Estamos ligados,
Nabby.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Homenagem

Já li com grande admiração e respeito sobre personagens afro-brasileiros e suas lutas por igualdades civis.
Abdias Nascimento, Benedita da Silva, Carlos Alberto "Cao", João Cândido, Lélia Gonzalez, Mestre Bimba, Paulo Paim, a Guerreira Dandara, Zumbi dos Palmares etc.
Tenho grande respeito por estes e também por aqueles que não foram mencionados aqui.
A minha modesta contribuição é que chegou a hora da emancipação total. A palavra "negro" é um resquício da escravidão e tem que ser eliminada para tornar todo o cidadão brasileiro independente da cor da pele.
Africanos foram denominados "negros" em virtude do navio negreiro. Não somos mais escravos, não existe mais navio negreiro.
Com respeito,
Nabby.
 
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